POSSE DE DIRETORIA EM LOJA MAÇÔNICA E DISCURSO DE POSSE DO VENERÁVEL MESTRE - 2011/2012
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Irmão Moacir José Outeiro Pinto ( O Escritor Maçom ) empossado como Venerável Mestre
Prezados Leitores,
Neste artigo, vamos falar sobre a Posse de um Novo Venerável em uma Loja Maçônica.
De forma anual ou bienal, as Lojas Maçônica em todo o Brasil ou talvez no mundo mudam o seu Venerável Mestre que são eleitos em pleitos maçônicos realizados exclusivamente nas respectivas Lojas. Nestes pleitos que geralmente ocorrem nos meses de maio de cada ano ou cada dois anos, são escolhidos de forma democrática as respectivas Diretorias, cujas serão as responsáveis pelos designios das Lojas no período legal que as competem, as quais tomam Posse , também de forma geral nos meses de Junho.
No ultimo dia 28/06/2011, a Augusta e Respeitável Loja Símbólica Cavaleiros do Meio-Dia 3933 , jurisdicionada ao Grande Oriente do Brasil Mato Grosso e federada ao Grande Oriente do Brasil realizou Sessão Magna de Posse de sua nova Diretoria.
Neste próximo ano maçônico compreendido entre o segundo semestre de 2011 e o primeiro semestre de 2012 , recebi a incumbência de Liderar a Loja a que sou membro , como Venerável Mestre, e prover atividades voltadas aos nossos Ideais de Fraternidade, Igualdade e Liberdade com o apoio incondicional de todos os seus membros.
Momento de entrega do Colar ao novo Venerável Mestre pelo Venerável que deixa o cargo
A Cerimônia de Posse, como chamamos, é bem peculiar a cada Rito praticado nas Lojas, e em nosso Rito , ora conhecido como o Rito Alemão ( Rito Schröder ), a Cerimônia foi realizada de forma marcante com visita de Vários Irmãos de várias Lojas, entretanto, antes mesmo da Cerimônia específica, o Venerável Mestre que deixa o Cargo , obedecendo o Regimento Interno da Loja realizou a cerimônia especial de entrega de comendas aos Irmãos que no último ano maçônico participaram com 100% de presença em todas as Sessões da Loja, reconhecimento este marcado pela entrega da COMENDA DE HONRA CAVALEIRO DO MEIO-DIA, cujos Irmãos agraciados foram o próprio Venerável Mestre Irmão Ciro Braga Neto e o Irmão Nilton Tocicazu Higa.
COMENDA DE HONRA CAVALEIRO DO MEIO - DIA
Irmão Higa ( à esquerda ) recebendo sua comenda pelo Irmão Gilson Fernando que visitou a Loja no dia da Posse
Irmão Ciro ( à esquerda ) recebendo sua comenda pelo Irmão Moacir Pinto que toma posse neste dia
Em continuidade à Cerimônia de Posse, o Venerável Mestre Irmão Moacir, já empossado em seu Cargo procedeu com a Posse doas Dignidades e Oficiais da Loja, em cerimônia tamb[em específica e alusiva ao Rito Schröder, a qual pediu para que todos os atuais ocupantes dos Cargos depositassem suas Joias ( Colares ) sobre o altar do Venerável Mestre , para que então fossem revestidos os novos ocupantes dos respectivos cargos.
Irmão Bibiano recebendo do Venerável Mestre Moacir Pinto seu Colar de Segundo Diácono da Loja
Momento em que todos foram investidos em seus Cargos
Estando todos investidos em seus Cargos, o Venerável Mestre que assume a Direção da Loja, por tradição realiza o seu Discurso de Posse, o que resume todas as premissas que entende serem condizentes para os bons desígnios da Loja no próximo ano maçônico:
Venerável Mestre Moacir Pinto, Procedendo com seu Discurso de Posse
A Seguir, leremos o discurso na íntegra realizado na ocasião, e ao final do artigo, você poderá apreciar todas as fotos da Cerimônia que foram gentilmente cedidas pelo Irmão Reis, que na ocasião foi o fotógrafo de nossa Loja.
Espero que gostem!
DISCURSO DO VENERÁVEL MESTRE
Meus Irmãos!
Numa ação inovadora, curiosa e principalmente com foco no enfrentamento de desafios oferecido pelo Grão Mestre Julio Tardin, um grupo de corajosos Irmãos ,muitos destes presentes nesta Sessão, fundaram a A. R. L. S. Cavaleiros do Meio-Dia, a qual cujo nome, missão , valores e visão inspiraram o Distintivo que com muita felicidade cada membro desta Loja carrega no lado esquerdo do Peito e também figurado em destaque ao alto e na retaguarda deste Altar. Sua coloração amarela central, para a Loja simboliza o horário das 12:00 (meio-dia), onde espargem a emanação luminosa que se propaga a partir do ponto central entre o Esquadro e o Compasso, exprimindo uma influência fecundante, de ordem material e espiritual aos membros desta Loja.
Temos Consciência, meus Irmãos, que é neste momento, ao meio-dia, em que o sol está a pino, que a possibilidade de fazermos sombra sobre nossos irmãos está calcada por nossos pés, simbolizando o ser humano em sua plenitude orgânica e intelectual, no zênite da razão, ciente de sua situação perecível e sua relação com o universo enquanto um ser limitado pela materialidade a que todos somos, pois é algo próprio da natureza do Homem , materialidade esta que aqui na Arte Real combatemos com fervor, tal como as próprias Histórias e Lendas dos Cavaleiros do passado, que viveram sua função de combate com a única intenção de espiritualizar seus objetivos.
Esta espiritualização sempre se realizou seja pela escolha de uma causa superior , ou por motivos nobres que revelavam o desejo de participar de um grande empreendimento , que se distingue por um caráter moralmente muito elevado e de certo modo sagrado, conferindo então um estilo nobre à guerra, bem como ao amor e à morte.
O Amor , para o Cavaleiro é vivido como um combate, e a guerra como um amor, tanto à um como à outro o cavaleiro sacrifica-se até a morte; ele luta contra todas as forças do mal, inclusive as instituições da sociedade, quando estas lhe parecem violar suas exigências sublimes interiores.
O Cavaleiro não é apenas a imagem daquilo que um homem pode vir a ser, ele é também aquele que se deseja, aquele sobre cujo coração, terno e corajoso, se almeja repousar.
…E hoje, no cargo de Venerável Mestre, e a Diretoria que tomou posse, recebemos a nossa Loja e seus “Cavaleiros ” com a altíssima responsabilidade de, neste ano maçônico que se inicia, conduzí-la no DESAFIO de manter a mesma vereda pela qual vem percorrendo nestes quase três ultimos anos: um caminho de união, de semeadura, de fraternidade, de aprendizado, de apoio recíproco, de ajuda, de exaltação à Pátria, de celebração do bem, de exaltação do espírito e de construção do Templo Íntimo Ideal dedicado à humanidade.
Lembro , neste instante, de um Lenda muito antiga e conhecida por todos, onde o Rei Arthur ordenou que se fabricasse uma mesa circular para reunir seus cavaleiros, a tão famosa Távola Redonda, em substituição as mesas retangulares gigantes muito utilizadas na época, para então nenhum Cavaleiro e nem mesmo o próprio Rei se sentirem fora da igualdade de posições, então, por isso afirmo:
“Este desafio não é meu, não é da Diretoria que tomou posse. É nosso!
Não seremos autores ou signatários, mas um instrumento, tal como cada um de nós”.
Quando citamos uma mesa redonda, fazemos referência à círculos, e estes se destacam muito evidentes em nosso Distintivo, impondo um movimento perfeito, sem começo , nem fim, e nem variações, habilitando o nosso próprio Templo Íntimo, em uma sucessão continua e invariável de instantes, todos idênticos ao outro, lembrando a nós obreiros que não há limites para nossas ações transformadoras.
Percebam meus Irmãos que dois destes círculos estão concêntricos, representando as diversas categorias de nosso ser, as hierarquias criadas na Loja Maçônica, onde cada qual constituem a manifestação universal do Ser único e não manifestado, o próprio G.A.D.U, e assim, a “Távola redonda” de nossa Loja, é que mantém a coesão entre a Alma e o Corpo de cada um, e nos remete ao bracelete que Cavaleiros da antiguidade recebiam para garantirem que voltassem de suas batalhas com suas Almas devidamente unidas ao Corpo, garantindo então a ação inteligente dos Cavaleiros do Meio-Dia no seio Maçônico e de nossa Pátria.
A nossa Pátria, a condução das comunidades , a construção do futuro que os cercam neste mundo profano, precisam da Maçonaria, dependem da Maçonaria. É o que esperam nossos sucessores, a sociedade e, em especial, nossos Irmãos.
Maçonaria , Meus Irmãos, se faz em Loja, mas não só em Loja.
Na Loja devem nascer, crescer e amadurecer as idéias, e no mundo profano, com sabedoria, força, beleza e articulação, os ideais maçônicos devem se concretizar. É preciso que afastemos o manto que nos esconde das atividades primordiais da Pátria, e empunhemos as nossas ferramentas da construção, para, maçonicamente, nos prepararmos e prepararmos novos Irmãos para que em um futuro bem próximo possamos retomar a condução de nosso País.
É preciso banir as omissões. Filantropia, sim; caritatismo; sim, são essenciais; mas, não apenas! Vamos reinaugurar daqui para frente, com apoio das próximas Gestões que estão por vir uma era Operativa, Participativa, Ativa e Efetiva!
E não só com clichês já desgastados. Mas com ações reais, secretas, articuladas, bem construídas e movidas, todas, sempre, pelo mister maior que nos norteia: “o bem comum, e a igualdade com o próximo”, o Templo Ideal, uma sociedade digna de nossa Maçonaria e uma Maçonaria digna de nossa sociedade!
Não tenho dúvida. Tudo isto começa aqui. Em Loja. No Salão forte aos Tiranos , entorno da obra do Templo Íntimo representado por nosso Tapete, sob essas Cartolas da Liberdade , abaixo de nosso Distintivo que está ladeado pelo Pendão Nacional, que tudo nos revela em nosso Regimento Interno, e sob os sublimes Auspícios do Grande Arquiteto do Mundo,…. A nossa harmonia, está cunhada: vamos elevá-la.
A coesão que nos suporta, está edificada: vamos fortalecê-la.
O estudo e o conhecimento que nos perpetua, estão descritos: vamos aprofundá-los.
Nosso poder de ação, persuasão e realização, no âmbito concreto, carece de efetividade: eis o então o nosso sublime desafio.
Lembro-me da letra da canção AMOR DE INDÍO do compositor mineiro Beto Guedes, que em seus trechos harmônicos dizem:
”Tudo que move é sagrado, e remove as montanhas com todo o cuidado. A abelha fazendo mel, vale o tempo que não voou… A estrela caiu do céu ... todo o dia é de viver, para ser o que for e ser tudo. Sim, todo amor é sagrado, e o fruto do trabalho é mais que sagrado”;
Diz muito. Reflitamos!
O que nos falta então, meus Irmãos? Nada.
Somos fortes, porque somos unidos. Somos plenos, porque somos harmônicos. A Harmonia é sublime , porque há harmonia na adiversidade, na tolerância, na paciência, na admissão da divergência, e principalmente na exaltação suprema da coesão.
Entretanto, o que me deixa ainda pensante, andante, e talvez os mais antigos maçons aqui presentes concordem comigo, são os mantos de mistérios infindáveis da Arte Real que ainda não deciframos e que se resumem justamente nas palavras de Goethe: “Onde Há Muita Luz, as Sombras são mais obscuras”
Ora pois, a Luz é o nosso caminho, todos nós caminhamos da Luz em procura de mais Luz , todavia, como a coruja de Hegel da Deusa Minerva; nós, os Artífices da Arte Real, carregamos história, sabedoria e poder, mas só voamos a noite, quando não há mais luz para aproveitá-la.
É hora de partirmos para o que KARL MARX invocou de seus filósofos:
“(…) romper o abismo da utopia para edificar a realidade, a realidade do possível (…)
Não fiquemos em metáforas, no passado. Passado que ensina, que encoraja, que honra, mas que, por si só, não dá solução.
Meta, nós já temos; são muito claras na Missão, Visão e Valores que destacamos em nosso Regimento Interno, caminho, vamos achar; desafios, nós enfrentaremos; vida; nós inventaremos, porque sonhos, são para ser realizados e não envelhecem!, tal como disse Charles Chaplin “O Homem deixa de viver, não quando morre, mas quando deixa de sonhar”
Para os desafios, confiamos no G.A.D.U.; para crescer, temos raízes; para obter resultados, temos perseverança; para falar, sabemos escutar; para termos realização, primeiro, viemos para servir.
A ação, ensinou Miepes, pode fracassar, mas a inação é fracasso garantido!
Sejamos lembrados por nossas ações, pois assim como a Loja não pode ser esquecida por seus Irmãos, também deve ser lembrada por outras Lojas, em um processo contínuo de abstrações dos medos, das vaidades, e principalmente das inconvergências.
Socrates, quando tomou a cicuta que o levaria a morte, foi indagado por Platão sobre sua inexistência futura, o que Sócrates, ainda não morimbundo pelo veneno lhe disse: - Meu Sábio Discípulo, o Homem somente deixa de existir quando deixa de ser lembrado, enquanto lembrarem de mim, estarei vivo no terno coração dos filósofos.
Ainda sobre o esquecimento de um Irmão, de uma Loja, lembro –me de um caso maçônico ocorrido na Alemanha no período da 2a Guerra Mundial, quando no início de 1934, logo após a ascensão de Adolf Hitler ao poder, ficou claro que a maçonaria alemã corria o risco de desaparecer.
E brevemente, a Maçonaria Alemã, que conhecera dias gloriosos e que tivera, em suas colunas, os mais ilustres filhos da pátria alemã, como Goethe, Schiller e Lessingn, veria esmagado o espírito da liberdade sob o pretexto de impor a ordem e uma supremacia racial.
A Grande Loja Alemã se deu conta do grave perigo que iria enfrentar. Inevitavelmente, os maçons alemães estavam partindo para a clandestinidade, devido à radicalização política e ao nacionalismo exacerbado.
Então os maçons que persistiram em seus ideais precisaram encontrar um novo meio de identificação que não o óbvio Compasso & Esquadro, seguramente um risco de vida.
No Interim, uma pequenina flor azul que é conhecida em muitos idiomas, e seu nome tem origem em outra Lenda Alemã, quando um Cavaleiro ao se abaixar para dar um Flor à sua Amada, a entregou , porém se desequilibrou de seu cavalo e caiu com sua pesada armadura em um Rio, vindo a desaparecer , fez surigir então a expressão: não-me-esqueças – ou MIOSÓTIS.
Logo, entenderam então nossos irmãos alemães, que esse novo emblema não atrairia a atenção dos nazistas, então a ponto de fechar-lhes as Lojas e confiscar-lhes as propriedades.
Através de todo o período negro do nazismo, a pequenina flor azul, a MIOSÓTIS identificava um Irmão Maçom. Nas cidades e até mesmo nos campos de concentração, o MIOSÓTIS adornava a lapela daqueles que se recusavam a permitir que a Luz se extinguisse.
…E foi assim, que essa mimosa florzinha azul, tão despretensiosa, transformou-se num significativo emblema da Fraternidade – talvez hoje o mais usado pelos maçons alemães.
Ainda hoje, na maioria das Lojas germânicas, o alfinete de lapela com a MIOSÓTIS é dado aos novos Maçons, ocasião em que se explica o seu significado para que se perpetue uma história de honra e amor frente à adversidade, um exemplo para as futuras gerações Maçônicas de todas as nações.
Encerrando meus Irmãos, peço agora que o Irmão 1o Diácono distribua uma MIOSÓTIS para cada Irmão, e que o Irmão ao Lado coloque na Lapela do outro, e com este gesto conclamamos à todos os Irmãos que nunca se esqueçamos um do outro, uma Loja da outra, um Ser Humano do outro.
Podeis executar meu Irmão 1o Diácono, ajudado pelo Irmão 2o Diácono.
[APÓS EXECUÇÃO]
Meus Irmãos,
Façamos a nossa Pátria, a nossa Sociedade, a nossa Maçonaria, o nosso Grande Oriente do Brasil Mato Grosso e a nossa Loja, gigantes pela própria natureza.!!
Meu Cordial Aperto de Mão
Muito Obrigado pela presença de todos, e peço,
…..nunca se esqueçam de nós!!
Moacir Pinto
Ven. M. da A.R.L.S. Cavaleiros do Meio-Dia 3933 GOB – MT
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