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domingo, 27 de junho de 2010

“O SÍMBOLO PERDIDO” – DE DAN BROWN – A MANUTENÇÃO DO MITO

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O Valoroso Irmão Waldomiro, da Loja Alpha 292, Oriente da Cidade de Marília, de forma muito precisa, discorre sobre a Obra de DAN BROWN, com comentários muito proveitosos e objetivos acerca da ficção literária.
Sucesso em todo o mundo, me propus a produzir uma obra especifica abordando “pedaços” deste Best Seller Mundial, de uma forma clara, para esclarecimento desta ficção baseada em mitos maçônicos, criados Deus lá sabe como e quando!
Fico deveras enaltecido de ter a oportunidade de receber respostas aos post´s colocados em meu Blog, me provando, cada vez mais, que meus assinantes e amigos estão utilizando-o para seu bom proveito.
A apreciação do Irmão Waldomiro veio de forma sublime acrescentar meus objetivos com a Obra “APRENDA A VIVER COM O SÍMBOLO PERDIDO – ENSINAMENTOS MAÇÔNICOS PARA A HUMANIDADE”, que será lançada em SET/2010, exatamente após 1 ano do Lançamento de “O Símbolo Perdido” (pode ser verificado no POST anterior a este ).
A seguir, estou postando literalmente a apreciação do Irmão Waldomiro acerca da Obra “O Símbolo Perdido”. De antemão, posso afirmar que minha obra estará preenchendo as lacunas entre a realidade e a ficção.
Obrigado meu Irmão Waldomiro,
Quem desejar obter a Lavra Completa do Irmão Waldomiro, peço enviar e-mail para  wp@peixotoequipamentos.com.br.
Texto de Waldomiro Waldevino Peixoto
No final de 2009, Dan Brown publicou “O Símbolo Perdido”, alusão direta à Maçonaria, o que despertou um frenesi na mídia do mundo inteiro. Essa avalanche de curiosidade no mundo profano merece um comentário especial.
Comecemos com uma citação do livro: “Todos nós temos um Criador... Usamos nomes diferentes, rostos diferentes e preces diferentes, mas Deus é a constante universal do homem. Ele é o símbolo que todos compartilhamos... o símbolo de todos os mistérios da vida que não somos capazes de compreender. Os antigos louvavam a Deus como símbolo de nosso potencial humano ilimitado, porém este símbolo antigo tinha-se perdido com o tempo.” (pág. 488) – o negrito é nosso.
É evidente o caráter ecumênico desta citação e o tema recorrente de que o homem possui em seu interior a centelha divina. São pontos de vista deveras maçônicos. Mas do que realmente trata o livro de Dan Brown? Qual forma e método o autor lançou mãos para construir sua trama intensa, engenhosa e cinematográfica, com fortes tintas de espetáculo?
O livro conta uma história mirabolante para simplesmente dizer que o homem corre atrás da verdade e acaba por esquecer que esta se encontra dentro dele, e só pode achá-la quando existe o encontro com Deus. Deus, representado pelo Livro da Lei, é o símbolo perdido! Mas ‘como’ o autor narra estas peripécias do homem enrolado em suas próprias teias?
O Irmão J. C. Gutierrez, na Revista A Verdade, de fevereiro de 2010, aponta algumas incoerências no livro que certamente vão continuar contribuindo para as tais inverdades sobre a Maçonaria. Textualmente, ele afirma que “O Símbolo Perdido” faz “suposições sem nenhum fundamento sobre palavras e ritualística praticadas em Loja e os trabalhos realizados nas sessões maçônicas, bem como seus principais objetivos (...), (levam) o leitor ao mais puro engodo.” (pág. 14) – negritos nossos.
Talvez o mais acintoso dos engodos seja o ritual de iniciação, quando o Neófito bebe sangue na caveira. Também, outro engodo é o Neófito ter o corpo todo tatuado, sem que nenhum dos Irmãos perceba, durante a Iniciação, porque está coberto de maquiagem. As tatuagens poderiam denunciar sua origem. Além do disparate do sangue na caveira, ignora o autor que todo iniciado tem de ser submetido a exames médicos para detecção de defeitos físicos e / ou doenças infecto-contagiosas. E sua vida pregressa é pesquisada, com respectiva documentação emitida por Instituições Legais. Jamais seu corpo tatuado e seu passado passariam despercebidos! Isso, sem contar o fato de que ninguém entra na Ordem sem apadrinhamento. Quem o teria indicado para entrar na Ordem?!
E para aumentar o engodo, o Tatuado também é Grau 33, o que lhe teria dado completo conhecimento da Ordem para perpetrar sua vingança pessoal, outro sentimento totalmente adverso à aprendizagem Maçônica. De que serviriam, então, os ensinamentos durante a escalada completa da Escada de Jacob, se o sentimento de vingança não pôde ser debelado?
Isso é apenas um aperitivo, pois ao longo do livro, há uma quantidade imensa de bobagens. Talvez a bobagem maior seja um Maçom Grau 33 confiar um segredo de importância vital a um profano, justamente o herói da aventura. E tratar este segredo maçônico como “risco de segurança nacional.”
Absurdos elevados à potência máxima!
A ficção trabalha com verossimilhança e não necessariamente com a verdade, mesmo lançando mão da realidade e do factual. E o leitor, que nada souber de Maçonaria, pensará ser verdadeiro aquilo que lê, achará a estória plausível e factível. E assim, o livro escreve mais um capítulo sobre crendices a respeito da Ordem sem, no entanto corresponder à verdade maçônica. Não é obra escrita para maçons. Se fosse, não prosperaria!
O Irmão Gutierrez também afirma que o livro “não deixa de ser uma obra literária profana magnífica” (A Verdade, pág. 15), com o que, respeitosamente, não se pode concordar (essa discordância não tira o valor do seu artigo, obviamente).
O livro não é magnífico, na legítima acepção do termo. É, no máximo, uma estória bem escrita, cheia de peripécias, bem ao gosto do consumo popular, tipicamente leitura comercial de fácil digestão. De literário não tem quase nada. Quem o ler vai encontrar uma bela aventura do começo ao fim, mas, em nenhum momento se deparará com discussões ou idéias que contribuirão com o enriquecimento do pensamento humano, como soe acontecer com as verdadeiras obras primas, magnas, magníficas.
No começo, ao abordar a temática sobre Noética, o leitor até começa a ficar impressionado. A Noética é o estudo das leis do pensamento, do pensamento inteligente, do exercício da razão, e, por isso, está umbilicalmente presa aos estudos filosóficos da Lógica. Mas, a respeito da Noese, o que acontece no livro de Dan Brown? Nada! Absolutamente nada! É apenas pano de fundo para dar plausibilidade a uma das personagens da estória – a mocinha – em contraponto com seu irmão – o vilão.
Dá para pinçar aqui e acolá, afirmações interessantes como “A verdade sempre fora o mais potente dos catalisadores” (pág. 212), “Todas as grandes mudanças filosóficas da história começaram com uma única idéia ousada.” (pág. 307), “Todas as grandes verdades são simples.” (pág. 424), “O que fizemos por nós mesmos morre conosco. O que fizemos pelos outros e pelo mundo, sim, permanece e é imortal.” (pág. 435). Esta última citação tem até um grande teor maçônico, mas é muito pouco para classificar o livro de “obra magnífica”.
Quanto à forma, o autor trabalha uma “receita” já aplicada em seus outros livros e que repercutiu no público ávido por facilidades, por apenas entretenimento, resultando em sucesso de vendagens garantido. Usa do princípio em time que está ganhando não se mexe e repete a dose. A leitura é agradável, o estilo é claro e acelerado. Usa e abusa de recursos cinematográficos (exatamente igual aos livros anteriores). É bastante preciso na locação, fazendo referência a ruas, edifícios, praças, Institutos de pesquisas científicas, museus, monumentos, obras de arte, todos reais. A geografia e a topografia de Washington chegam a alto índice de precisão. Ele também lançou mão deste recurso em “Anjos e Demônios” e “O Código Da Vinci” para dar um toque de realismo e factualidade à narrativa.
Constrói uma trama engenhosa. Surpreende o leitor com revelações insuspeitas a cada capítulo. Sabe utilizar com eficácia o recurso folhetinesco para ligar um capítulo ao outro. Mas é um livro de conteúdo rasteiro, de fácil digestão, linear, que não desafia a capacidade de reflexão de ninguém. É absolutamente óbvio. Tem sabor e cheiro de Indiana Jones.
As obras de Dan Brown passarão como as de Sidney Sheldon. Causaram tanto furor nos Anos Setenta e Oitenta no mundo todo. Quem hoje tem Sheldon como referência?
Dan Brown poderá, daqui a alguns anos, até ser citado por algum estudo maçônico por conter alusões simpáticas – nem sempre verdadeiras – à Maçonaria, ou até por ter contribuído com a manutenção da aura de mistério que a envolve, mas nunca como obra que acrescentou algo de valioso à Ordem. Menos ainda à Inteligência da humanidade. Apenas contribuiu com a fantasia já enraizada no imaginário popular profano.
Conclusão
A Ignorância é má conselheira e mãe de todos os erros e males. Atua em três níveis: não sabe, ou mal sabe o que sabe, ou, ainda, sabe diferente do que deveria saber. Sem a objetividade e universalidade dos símbolos iniciados e sua aplicação no contexto adequado, a Ignorância fala de Maçonaria de forma distorcida e tira conclusões equivocadas. E as obras de ficção, nem sempre dotadas do domínio dessa objetividade – até porque esta nem sempre lhes interessa – tem sido pródigas na criação, alimentação e perpetuação dos mitos.
Combater os mitos, lendas e inverdades sobre a Maçonaria somente é possível com conhecimento e domínio da objetividade de sua linguagem simbólica, resultantes de muito estudo, pesquisa e investigação contínua da verdade através dos grandes tratados do pensamento humano. Sem vivê-la plenamente, sem senti-la no coração e na mente, sem incorporá-la, não é possível tal conhecimento e domínio
Roberto Campos afirma que “o perigoso não é a profanação do sagrado, mas a sacratização do profano” muito bem lembrado pelo Irmão Décio Mazeto no trabalho “Maçonaria e Vida Moderna”. Seus dois compromissos – combater a ignorância e investigar a verdade – tem apenas dois objetivos básicos: primeiro fazer do Irmão um cidadão feliz; depois, por desdobramento, fazer feliz a Humanidade. Esta é a verdade, o mais é falácia.
Para Pensar
Em que medida a própria Maçonaria é responsável pela manutenção ou destruição de seus mitos e lendas? Manter ou destruir, qual das alternativas interessa-lhe mais?
“ O ESCRITOR MAÇOM “
“Maçonaria não é uma pergunta a ser respondida , e sim um mistério a ser vivido”
M. J. Outeiro Pinto – JUN/2010
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