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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

JOSÉ BONIFÁCIO – UM EXEMPLO DE INTELIGÊNCIA MAÇÔNICA!

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BONI
Aqui , deixarei com todo esmero um tributo ao Patriarca da Nacionalidade José Bonifácio de Andrada e Silva. Sua Estatura moral, sua inteligência peregrina e seu gênio político plasmaram-lhe o destino florioso de poeta, de sábio e de estadista.
Coube-lhe o mérito e a ventura de tornar realidade o sonho frustado do imortal Tiradentes: “ Ver nossa Pátria Livre do jugo estrangeiro”.
Filiado à corrente luminosa dos enciclopedistas, enxergou claro e sentiu, em toda extensão e profundidade, o problema social e político do Brasil e, quando surgiu o momento oportuno foi-lhe possível, graças ao seu descortínio, aproveitar o ímpeto do príncipe ambicioso, para fundar uma NAÇÃO cuja estrutura, não obstantes as vicissitudes, ainda permanece digna de maior admiração.
O “grito” do Ipiranga ainda ecoava por todos os rincões desta nossa terra abençoada, mas a metrópole, como é natural, resistia tenazmente ao movimento libertador.
Tropas terrestres foram mobilizadas. A mocidade acorria, vibrante de civismo, para então apoiar a luta pela efetivação da independência. João das Bottas, com suas sortidas no Recôncavo baiano, torna insustentável a posição dos reinõs. O Velho e reerguido Portugal, porém, dispunha de um elemento decisivo em sua resistência: O DOMÍNIO DO MAR.
José Bonifácio, cedo compreendeu que, enquanto não fosse varrida de nossas águas a esquadra portuguesa, o Brasil não se poderia constituir em uma país livre e soberano.
As comunicações interiores eram praticamente inexistentes, só o mar permitiria a ligação com os vários centros populacionais do extenso litoral brasileiro.
Urgia-se erradicar de Belém, São Luis, recife, Bahia, Montevidéu e outros pontos, o obstinado e recalcitrante colonizador e, só com uma Marinha, robusta, aguerrida, audaciosa e brasileira, seria possível cumprir cabalmente tal missão.
Martim Francisco, o Ministro da Fazenda, aprovando a sugestão de Gonçalves Ledo e Pereira da Nóbrega, e apoiado firmemente por José Bonifácio, abriu em todo o País, uma subscrição destinada a angariar os necessários recursos materiais para adquirir, armar e desenvolver uma Esquadra Nacional. O êxito então desta campanha foi completo.
O Tesouro Nacional achava-se praticamente exaurido, se impôs a dura necessidade de confiscar as propriedades portuguesas e arrecadar suas mercadorias , porventura depositadas nas alfândegas. Restava então guarnecer os navios.
Coube então a Caldeira Brant, o futuro Marquês de Barbacena, nosso agente diplomático em Londres, a dificil incumbência de contratar oficiais e marinheiros britânicos para formar o núcleo da Esquadra nascente. Foram então, estes 400 Homens, comandados pela atrevida e legendária figura de um legítimo herói e autêntico  lobo do mar, Lord Cochrane, que vieram tripular os “ BARCOS DA INDEPENDÊNCIA”. A ação da ESQUADRA LIBERTADORA foi e será por demais reconhecida.
Expulsou de todos os pontos de nossa  costa os focos da resistência e perseguiu até o foz do Tejo os návios da frota lusitana. Consolida-se então a separação, passando a ser preciso estruturar a nova Pátria.
Dizia então José Bonifácio: “- A SÃ POLÍTICA É FILHA DA MORAL E DA RAZÃO”
Tal foi o este princípio salutar, de sua autoria, em que o grande Andrada assentou a organização do País, como podemos ver no arcabouço da Constituição que elaborou, sob a égide desta imortal sentença sociológica, onde bem revela a superioridade e a solidez de suas convicções.
Consagra-se então o bem público como critério supremo da ação estatal:
a) Nenhuma lei poderá ser estabelecida senão por utilidade pública
b) A Lei é igual para todos, quer proteja, quer castigue
c) Qualquer cidadão poderá ter acesso aos cargos públicos, sem outras credenciais que não sejam seus talentos e virtudes
d) Ninguém pode ser obrigado à fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude da Lei.
e) A LIberdade religiosa é respeitada;
f) A Liberdade de opinião é garantida
g) A propriedade está assegurada em sua plenitude, justificando-se a desapropriação somente por utilidade pública e mediante indenização prévia.
“ O Brasil, dizia ele, ao cogitar de nossas relações internacionais, quer viver em paz e amizade com todas as nações; há de tratar igualmente bema todos os estrangeiros, mas jamais consentirá que lhe intervenham nos negócios internos do país. Se houver uma só Nação que não queira sujeitar-se a esta condição, sentiremos muito, mas nem por isso no haveremos de humilhar nem submeter à sua vontade”
O Brasil, somente será grande quando na face de seus filhos não houver mais a distinção de raças”
Este último pensamento, fez com que apresentasse um projeto gradual de escravatura e outro de incorporação progressiva dos índios à civilização, e esse aliás, um dos traços predominantes de sua natureza altruísta, sempre compadecida da sorte dos humildes e sofredores irmãos, índios e negros, inocentes vítimas, então da tirania e da exploração dos brancos. Com essa pátria, nobre, acolhedora, cavalheiresca e liberal, sonhava o já velho Andrada.
Para coroar então, o surgimento desde GIGANTE SUL-AMERICANO, faltava o símbolo sagrado que sintetizasse a nova nacionalidade: faltava a Bandeira, o Pendão Nacional e, José Bonifácio, com base no pendão portuguêsm , sem ódios nem rancores, sem quebra da necessária continuidade, mas honrando o passado e respeitando a tradição, concebeu o Pavilhão Nacional onde era mantida a esfela armilar de D. João VI e acrescenta a Cruz de Cristo como recordação do seu primeiro nome e em homenagem ao Catolicismo.
Aliás, diga-se de passagem, o mesmo espírito de vinculação histórica presidiu à eleboração do atual estandarte republicano.
Encerramos, com os dizeres de Miguel Lemos:
“Se não tivemos a espada gloriosa de um Bolivar, orgulhemo-nos então de haver tido a calma refletida do estadista, estimulado pelas inspirações do patriotismo e ao serviço da mais nobre das causas”
O ESCRITOR MAÇOM
Adaptado do Livro: A Inteligência Multiforme de José Bonifácio, 1974       ( Encontrado aos pedaços em um sebo no centro de São Paulo em Set/2009)
Ps: todos os nomes neste tributo histórico foram e saudosamente são de Legítimos Maçons
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