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terça-feira, 19 de outubro de 2010

HÁ 103 ANOS , UM BRASILEIRO FOI CHAMADO DE ÁGUIA DE HAIA!! – 1ª PARTE

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Amigos leitores, nos próximos 15 dias terei a honra de publicar e compartilhar uma coleção de artigos em homenagem ao célebre cidadão baiano que fomos presenteados pelas graças divinas, a nossa Águia de Haia, o nosso grande representante da mais nobre oratória brasileira, o Saudoso Irmão Maçom Rui Barbosa, que nasceu em 05/11/1849 na cidade de Salvador - BA e faleceu em 1923 na cidade de Petrópolis – RJ
Político e advogado. Bacharelou-se em 1870 pela Faculdade de Direito de São Paulo. No início da carreira na Bahia, engajou-se numa campanha em defesa das eleições diretas e da abolição da escravatura. Foi político relevante na República Velha, ganhando projeção internacional durante a Conferência da Paz em Haia (1907), defendendo com brilho a teoria brasileira de igualdade entre as nações , daí seu valoroso “apelido”. Eleito deputado provincial, e adiante geral, atuou na elaboração da reforma eleitoral, na reforma do ensino, emancipação dos escravos, no apoio ao federalismo e na nova Constituição. Por divergências políticas, seu programa de reformas eleitorais que elaborou, mal pode ser iniciado, em 1891. Em 1916, designado pelo então presidente Venceslau Brás, representou o Brasil no centenário de independência da Argentina, discursando na Faculdade de Direito de Buenos Aires sobre o conceito jurídico de neutralidade. O discurso causaria a ruptura definitiva das relações do Brasil com a Alemanha. Apesar disso, recusaria, três anos depois, o convite para chefiar a delegação brasileira à Conferência de Paz em Versalhes. Com seu enorme prestígio, Rui Barbosa candidatou-se duas vezes ao cargo de Presidente da República - nas eleições de 1910, contra Hermes da Fonseca e 1919, contra Epitácio Pessoa - entretanto, foi derrotado em ambas, sendo o período durante a primeira candidatura o marco inicial e sua Campanha Civilista. Como jornalista, escreveu para diversos jornais, principalmente para A Imprensa, Jornal do Brasil e o Diário de Notícias, jornal o qual presidia. Sua extensa bibliografia recolhida em mais de 100 volumes, reúne artigos, discursos, conferências e questões políticas de toda uma vida. Sócio fundador da Academia Brasileira de Letras, sucedeu a Machado de Assis na presidência da casa. Sua vasta biblioteca, com mais de 50.000 títulos pertence à Fundação Casa de Rui Barbosa, localizada em sua própria antiga residência no Rio de Janeiro.
Dentre tantas obras literárias e textos de grandezas políticas e sociais, nos deixou o ensaio/ com o título: A QUESTÃO SOCIAL E POLÍTICA DO BRASIL, que particularmente aprecio mais, sem deixar de destacar os textos: O JUSTO E A JUSTIÇA POLÍTICA e o mais conhecido entre todos: ORAÇÃO DOS MOÇOS que transcreverei um trecho que considero mais importante e destacarei em nosso BLOG.
Durante esses 15 dias que separam o aniversário de nascimento deste grande BRASILIERO, publicarei todo o texto alusivo a Questão Social e Política do Brasil escrito em 1919 em pequenos tomos, para que então, nós cidadãos, possamos procurar entender um pouco do que nosso País é hoje e poderá ser no futuro, dependendo exclusivamente de nossas escolhas, somente disso!!
Procure divulgar este trabalho e façamos conhecer nossos pares, amigos, conhecidos, um pouco mais deste que foi a nossa Àguia em 1907, representando 40 nações do mundo em busca da PAZ, somente da PAZ.

TRECHO DE ORAÇÃO DOS MOÇOS: ( em Ipsis litteris)
(...) Entre vós, porém, moços, que me estais escutando, ainda brilha em toda a sua rutilância o clarão da lâmpada sagrada, ainda arde em toda a sua energia o centro de calor, a que se aquece a essência d'alma. Vosso coração, pois, ainda estará incontaminado; e Deus assim o preserve.
Metei a mão no seio, e aí o sentireis com a sua segunda vista. Desta, sobretudo, é que ele nutre sua vida agitada e criadora. Pois não sabemos que, com os antepassados, vive ele da memória, do luto e da saudade? E tudo é viver no pretérito. Não sentimos como, com os nossos conviventes, se alimenta ele na comunhão dos sentimentos e índoles, das idéias e aspirações? E tudo é viver num mundo, em que estamos sempre fora deste, pelo amor, pela abnegação, pelo sacrifício, pela caridade.
Não nos será claro que, com os nossos descendentes e sobreviventes, com os nossos sucessores e pósteros, vive ele de fé, esperança e sonho? Ora, tudo é viver, previvendo, é existir, preexistindo, é ver, prevendo. E, assim, está o coração, cada ano, cada dia, cada hora, sempre alimentado em contemplar o que não vê, por ter em dote dos céus a preexcelência de ver, ouvir e palpar o que os olhos não divisam, os ouvidos não escutam, e o tato não sente.
Para o coração, pois, não há passado, nem futuro, nem ausência. Ausência, pretérito e porvir, tudo lhe é atualidade, tudo presença. Mas presença animada e vivente, palpitante e criadora, neste regaço interior, onde os mortos renascem, prenascem os vindoiros, e os distanciados se ajuntam, ao influxo de um talismã, pelo qual, nesse mágico microcosmo de maravilhas, encerrado na breve arca de um peito humano, cabe, em evocações de cada instante, a humanidade toda e a mesma eternidade'. (...)
Saudamos Rui Barbosa !!
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